terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O corpo a alma e saúde do vinho


            Os polifenóis são os principais responsáveis pela diversidade e riqueza de cores, aromas, corpo, adstringência, “dureza” e virtudes para a saúde do vinho. Graças a eles essa é uma bebida e um alimento verdadeiramente dos deuses, pois é o único a ter um deus próprio: Bacco na mitologia romana e Dionísio na grega. Nenhuma outra bebida ou alimento mereceu esse reconhecimento ao longo da história da humanidade. Os cerca de 8.000 polifenóis existentes na natureza não têm nenhum valor nutritivo. Eles só existem no reino vegetal onde exercem a nobre e valorosa função de defesa das plantas. São eles que defendem as plantas dos ataques físicos como o calor, o frio e a radiação ultravioleta do sol. Eles também protegem os vegetais dos ataques biológicos (das bactérias, vírus e fungos) sendo a defesa natural das plantas contra essas pragas. A natureza (ou o Criador, se preferirem), só confiaria missão tão importante a alguém especial e que tivesse grandes poderes e virtudes. Os polifenóis por terem um poderoso efeito antioxidante e uma marcada ação antibiótica – armas fundamentais para a defesa – são os principais responsáveis pela sublime missão de autoproteção das plantas. Essas ações são de grande interesse para o homem, tanto na indústria como na Medicina. Na indústria como conservantes. Tudo que se quer de um grande conservante é que ele seja um potente antibiótico e antioxidante. Para exercer função tão virtuosa nas plantas, os polifenóis se localizam quase que exclusivamente nas folhas, cascas e sementes (para proteger a espécie!). Nós, para usufruirmos o seu potente efeito antibiótico e antioxidante, temos que ingeri-los. Mas, normalmente, não comemos cascas e sementes. Comemos folhas, muitas vezes cozidas, o que inativa uma série deles. O vinho é o único alimento que tem essas substâncias em quantidades apreciáveis (até 8 gramas em um litro). Nenhum outro alimento ou bebida tem tantos polifenóis. Alguns chás têm quantidades significativas, mas não tanto como o vinho. Os polifenóis, essa dádiva da natureza presente na uva e no vinho e de grande interesse para a saúde, estão em diferentes quantidades principalmente nas sementes, na casca e no engaço. Algumas cepas também os têm em quantidade apreciável na polpa. E a presença deles nos vinhos depende da cepa, da região, do clima, da vinificação (principalmente do tempo de maceração e do controle de temperatura) e da guarda. Nos vinhos brancos geralmente eles estão presentes na quantidade de alguns miligramas até 1 grama em cada litro; nos tintos até 8 gramas por litro. Em média, pode se dizer que os vinhos tintos têm 2.500 mg/l e os brancos 10 vezes menos.  Os polifenóis no vinho vivem em grande harmonia com o álcool e ambos se beneficiam muito deste feliz convívio. Essa convivência é muito impressionante e até comovente! Alguns benefícios dos polifenóis só ocorrem com o vinho e alguns malefícios do álcool não ocorrem na presença dos polifenóis. Se retirássemos todos os polifenóis do vinho obteríamos um líquido incolor com o mesmo teor alcoólico, mas sem aroma e insípido. E se colocássemos os polifenóis presentes numa porção de vinho numa mesma quantidade de água, sem o álcool, ela seria intragável! É devido aos polifenóis que o vinho é uma bebida e um alimento peculiar, capaz de proporcionar muitos prazeres, sempre renovados e benefícios para a saúde. Eles são o corpo e a alma do vinho. É bastante compreensível tamanho interesse por esta magnífica substância, pois ela tem uma ação favorável justamente nos dois grupos de doenças que mais matam em todo o mundo – as cardiocirculatórias e os cânceres. O Resveratrol existe apenas no reino vegetal. Já foi encontrado em mais de 70 plantas e em quantidades significativas nas uvas. A sua função na planta é de defesa, principalmente do ataque de fungos, que serve como estímulo a sua produção. Ele é um Polifenol do grupo dos não Flavonóides e do sub-grupo dos Estilbenos. Durante a vinificação é extraído da uva principalmente (mas não exclusivamente) pela ação do álcool.  A sua presença nos vinhos é muito variável. Depende de muitos fatores como solo, umidade, quantidade de sol que a planta recebe (tanto pelo número de horas de sol como pela orientação solar), ataques de pragas, variedade da uva, técnicas de vinificação e até mesmo dos cuidados durante a guarda do vinho. O aumento da temperatura e a incidência de luz sobre o vinho transformam o Resveratrol da forma trans para cis, que parece não ter nenhuma atividade sobre a saúde. É por isso que vinhos da mesma variedade e produzidos pelo mesmo vinicultor, mas de diferentes safras têm diferentes quantias de Resveratrol. O mesmo ocorre com vinhos da mesma região e safra, mas de variedades diferentes; e de mesma variedade e safra, mas de região ou técnica de vinificação diferente. Até mesmo ao longo da existência de uma garrafa de vinho o seu teor de trans-Resveratrol varia – decresce. Será mesmo de valor conhecer o teor de Resveratrol dos vinhos? Os vinhos brasileiros apresentam teores muitos altos de Resveratrol, conforme dados de estudos da Drª Regina Vanderlinde e do Dr. André A. Souto. Isto é até fácil de entender porque a grande parte desta produção provém da Serra Gaúcha, onde durante a vindima o clima costuma ser quente e úmido e, portanto favorável ao desenvolvimento de fungos – um forte estímulo para produção de Resveratrol pela planta. Geralmente o conteúdo desta importante substância está entre 1 e 7 mg por litro de vinho. Os franceses, os chilenos e os argentinos também apresentam dados com teores elevados de Resveratrol em alguns de seus vinhos. Mas será mesmo importante conhecer este dado? O Resveratrol é apenas um astro numa constelação. Existem no vinho cerca de 200 diferentes Polifenóis. Todos eles com um potencial de ações benéficas para a saúde – alguns com um possível efeito até maior que o astro Resveratrol, como por exemplo, as Procianidinas e a Quercitina. Os Polifenóis apesar de serem os principais responsáveis pelas virtudes terapêuticas do vinho, não são os únicos. No vinho existem cerca de 400 substâncias conhecidas. Muitas delas com efeitos muito interessantes para o organismo como alguns eletrólitos, oligoelementos, aminoácidos (sobretudo a Lisina, a Fenilalanina, o Triptofânio e o Ácido Glutâmico, considerados aminoácidos essenciais – aqueles que são indispensáveis ao homem e o organismo não sabem produzir), proteínas, enzimas, vitaminas (principalmente as do Complexo B) e o álcool. O mais importante e interessante é que todos eles convivem numa harmonia esplendorosa no vinho, como não se vê em nenhuma outra bebida e em nenhum outro alimento. Certamente a quantia de Polifenóis totais e a capacidade antioxidante expressam melhor a relação de um determinado vinho com os benefícios para a saúde do que a dosagem de Resveratrol. É necessário ter claro que o vinho é muito mais que uma duas ou poucas substâncias. Ele é um ser vivo e complexo (como as pessoas!) onde uma plêiade de compostos co-existem em uma perfeita harmonia. Atribuir a uma única substância os benefícios do vinho para a saúde é um erro que devemos evitar. St. Leger é um importante cientista francês que muito contribui para o conhecimento médico. Entre outras coisas estuda e escreve muito sobre os efeitos da dieta, das bebidas alcoólicas e do vinho na saúde. Num artigo publicado em 1979 na importante revista médica Lancet ele, com muita inteligência e perspicácia, foi definitivo nesta questão. Ele escreveu: “Caso acredite-se que o vinho possui um ingrediente protetor contra doenças então devemos considerar quase um sacrilégio tentar isolar esta substância. O medicamento já se encontra pronto e em uma forma

DEDICO: Essa matéria à meu professor de LIBRAS (LINGUAGEM BRASILEIRA DE SINAIS) para comunicação com surdos Reginaldo Churu - Campo dos Goytacazes - RJ - Brasil
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